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FameEX Hot Topics | Economistas do BCE sugerem que o sucesso do Bitcoin pode contribuir para a pobreza de retardatários e não detentores

2024-10-21 16:17:15

Um artigo recente dos economistas do Banco Central Europeu (BCE), Ulrich Bindseil e Jürgen Schaaf, argumenta que Bitcoin A ascensão do sistema beneficiou principalmente os primeiros a adotar, ao mesmo tempo que deixou muitos outros economicamente desfavorecidos. Intitulado “As consequências distributivas do Bitcoin”, o artigo sugere que o crescimento especulativo do Bitcoin levou à redistribuição da riqueza, onde os primeiros investidores ganham às custas dos retardatários e dos não detentores. Os economistas alertam que esta dinâmica pode ter consequências graves para a estabilidade social, aprofundando a desigualdade e ameaçando a democracia.


Os autores explicam que o papel do Bitcoin mudou da sua visão original como uma moeda digital global para um activo especulativo, com efeitos económicos prejudiciais. Inicialmente, o Bitcoin foi idealizado pelo seu criador, Satoshi Nakamoto, como uma moeda descentralizada que poderia facilitar transações sem intermediários financeiros tradicionais. No entanto, a sua transformação num investimento especulativo levou a uma redistribuição da riqueza que favorece principalmente aqueles que investiram cedo.


Segundo o jornal, o valor crescente do Bitcoin não aumenta a produtividade económica nem cria nova riqueza. Em vez disso, redistribui a riqueza existente para aqueles que entraram no mercado cedo, muitas vezes à custa de outros que não investiram ou não puderam investir em Bitcoin. Esta redistribuição, argumentam os autores, representa uma perda “absoluta”, o que significa que mesmo indivíduos que nunca participaram em investimentos em Bitcoin podem enfrentar desvantagens económicas. Os ganhos dos primeiros adoptantes do Bitcoin estão directamente ligados ao reduzido poder de compra e à diminuição da capacidade de consumo de outros, levando a um jogo de soma zero onde apenas uma minoria beneficia.


Os economistas também destacam os desafios enfrentados pelos “retardatários”, ou aqueles que entraram no mercado Bitcoin quando os preços já estavam altos. Estes investidores enfrentam frequentemente riscos significativos e podem não obter retornos substanciais, enquanto os não detentores ficam totalmente excluídos. À medida que o preço do Bitcoin continua a subir, ele concentra a riqueza entre um grupo seleto, eliminando o poder de compra daqueles que estão fora da comunidade Bitcoin.


Além disso, Bindseil e Schaaf argumentam que o valor crescente do Bitcoin pode representar uma ameaça à estabilidade social. Alertam que o modelo do Bitcoin como ativo de investimento, com preços em constante aumento, pode levar ao empobrecimento de um grande segmento da sociedade, minando a coesão social, a estabilidade e até a democracia. À medida que a riqueza se torna cada vez mais concentrada, as divisões sociais podem aprofundar-se, criando descontentamento económico entre aqueles que foram excluídos do mercado ou que não conseguiram lucrar com ele. 


Os autores concluem que o impacto económico do Bitcoin é um jogo de soma zero que pode ter consequências de longo alcance. Se não for controlada, a crescente desigualdade impulsionada pelo crescimento especulativo da Bitcoin poderá pôr em perigo o tecido social e democrático mais amplo, realçando a necessidade de uma consideração cuidadosa dos seus efeitos a longo prazo na sociedade.


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